Metodologia e avaliação

·        METODOLOGIA:
Não se pode falar sobre abordagem sociocultural sem citar o nome de Paulo Freire, um dos educadores mais importante do Brasil. Foi através do seu método, conhecido como “Método Paulo Freire”, que deixou sua contribuição ao Sistema Educacional Brasileiro no início dos anos 60, mostrando os reflexos deste método tanto na Alfabetização de Jovens e Adultos como em outras áreas de ensino que abrangem até a Universidade. (RAMEH, 2005)
 Segundo Rameh (2005), Paulo Freire empreendeu através de seu método uma forma de alfabetizar respaldada no diálogo e na conscientização, propiciando educando motivados, desinibidos e autoconfiantes. Freire estudou, pensou, refletiu, pesquisou e propôs uma educação emancipadora para o trabalhador e a trabalhadora.

O “MÉTODO PAULO FREIRE” ESTÁ ESTRUTURADO EM TRÊS ETAPAS:
1) Etapa de Investigação: aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia.

2) Etapa de Tematização: aqui eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido.

3) Etapa de Problematização: aluno e professor buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.
COMO FUNCIONA ESTE MÉTODO?
- PALAVRAS GERADORAS: através de conversas informais, o educador observa os vocábulos mais usados pelos alunos, e assim selecionam as palavras que servirão de base para as lições. Depois, nos círculos de cultura, inicia-se uma discussão para significá-las na realidade daquela turma.
- SILABAÇÃO: uma vez identificadas, cada palavra geradora passa a ser estudada através da divisão silábica.
- PALAVRAS NOVAS: o passo seguinte é a formação de palavras novas. Usando as famílias silábicas agora conhecidas, o grupo forma palavras novas.
- A CONSCIENTIZAÇÃO: um ponto fundamental do método é a discussão sobre os diversos temas surgidos a partir das palavras geradoras. Dessa forma, o objetivo dessa alfabetização de adultos é promover a conscientização acerca dos problemas cotidianos, a compreensão do mundo e o conhecimento da realidade social.

Em seu livro “Educação como Prática da Liberdade”, Freire propõe a execução prática do Método em cinco fases, a saber:
1ª fase: Levantamento do universo vocabular dos grupos com quem se trabalhará. Essa fase se constitui num importante momento de pesquisa e conhecimento do grupo, aproximando educador e educando numa relação mais informal e portanto mais carregada de sentimentos e emoções. É igualmente importante a anotação das palavras da linguagem dos componentes do grupo, dos seus falares típicos.
2ª fase: Escolha das palavras selecionadas do universo vocabular pesquisado. Esta escolha deverá ser feita sob os critérios: a) da sua riqueza fonética; b) das dificuldades fonéticas, numa seqüência gradativa das menores para as maiores dificuldades; c) do teor pragmático da palavra, ou seja, na pluralidade de engajamento da palavra numa dada realidade social, cultural, política etc.
3ª fase: Criação de situações existenciais típicas do grupo com quem se vai trabalhar. São situações desafiadoras, codificadas e carregadas dos elementos que serão decodificados pelo grupo com a mediação do educador. São situações locais que, discutidas, abrem perspectivas para a análise de problemas locais, regionais e nacionais.
4ª fase: Elaboração de fichas-roteiro que auxiliem os coordenadores de debate no seu trabalho. São fichas que deverão servir como subsídios, mas sem uma prescrição rígida a seguir.
5ª fase: Elaboração de fichas para a decomposição das famílias fonéticas correspondentes aos vocábulos geradores. Esse material poderá ser confeccionado na forma de slides, stripp-filmes (fotograma) ou cartazes.
“É mais do que um método que alfabetiza, é uma ampla e profunda compreensão da educação que tem como cerne de suas preocupações a
natureza política.”
(A Voz da Esposa - A Trajetória de Paulo Freire)
Fonte:http://www.projetomemoria.art.br/PauloFreire/pensamento/01_pensamento_o%20metodo_paulo_freire.html
REFERÊNCIAS:
RAMEH, Letícia. Método Paulo Freire: uma contribuição para a história da educação brasileira. V Colóquio Internacional Paulo Freire, Recife, p. 1-15, set. 2005.

Disponível em:


·        AVALIAÇÃO
Segundo Cupolillo (2007), apesar da avaliação não ter sido um tema priorizado por Paulo Freire em nenhuma obra especificamente, sua teoria e sua concepção de educação oferece subsídios significativos à discussão da avaliação, quando esta busca tensionar e mesmo romper com as formulações de cunho pragmático e neoliberal. A defesa intransigente e radical da democracia, do diálogo e da noção de inacabamento humano na relação entre educador e educando, presentes na obra de Paulo Freire, tornam-se ferramentas fundamentais para se pensar na avaliação da aprendizagem como instrumento auxiliar do educador que busca fazer da educação uma prática emancipatória para seus alunos e para a sociedade. A perspectiva freireana parece oferecer, assim, fundamentação pertinente às concepções de avaliação que se colocam em franca contraposição às tendências das políticas educacionais atuais que centralizam o processo ensino-aprendizagem nas medidas disponibilizadas pela avaliação quantitativa.





“A avaliação é da prática educativa e não dum pedaço dela. O educando também deve participar da avaliação da prática, porque o educando é um sujeito dessa prática.”

Paulo Freire


Fonte: http://novacharges.wordpress.com/2008/10/22/paulo-freire-frases-de-um-educador/


Para obter mais informações sobre a avaliação sociocultural de Paulo Freire, no link abaixo você terá acesso ao artigo “Avaliação da Aprendizagem Escolar e o Pensamento de Paulo Freire: algumas aproximações” da Drª Amparo Villa Cupolillo, no qual faz um aprofundamento deste tema.