Conhecimento

Na abordagem sociocultural o conhecimento é construído com base no processo de conscientização, o qual implica na possibilidade de transcender a esfera da simples apreensão da realidade para chegar a uma esfera crítica.

O conhecimento é criado a partir da união do condicionamento, do pensamento e da prática.

Segundo a tipologia de A. V. Pinto (1960) nós possuímos três tipos de consciência: Consciência Intransitiva, Consciência Transitiva Ingênua e Consciência Transitiva.

o    Consciência Intransitiva:

A Consciência Intransitiva encontra-se nos homens acríticos e em comunidades “fechadas”.   Caracteriza-se por uma quase impermeabilidade aos problemas e aos estímulos situados fora da esfera do biologicamente vital (alimentar-se, subsistir, imunizar-se contra tudo o que possa atentar contra a própria vida do homem ou da comunidade); pela quase ausência da consciência histórica; e por uma captação e uma compreensão principalmente mágica da realidade da qual necessariamente se deriva uma ação principalmente mágica.

o    Consciência Transitiva Ingênua:

Na Consciência Transitiva Ingênua os indivíduos têm um posicionamento da realidade, porém não possuem criticidade, pois as informações são fruto de um conhecimento produzido por uma ideologia dominante.

o    Consciência Transitiva:

Na Consciência Transitiva um individuo reflete sobre si e os fatos sociais com criticidade, pois sabe identificar, distinguir, avaliar, compreender, diagnosticar a realidade de uma sociedade, de um país.


O Desenvolvimento do Conhecimento em uma Abordagem Sociocultural

Desenvolvimento e Aprendizagem

Conforme Vigotski, a aprendizagem humana tem uma natureza social e faz parte de um processo onde a criança desenvolve o seu intelecto dentro da intelectualidade da sociedade que a cerca, porém isso só ocorre quando a criança interage com o seu meio social (GARCIA, 2001).

De acordo com Oliveira, o desenvolvimento do conhecimento fica impedido de ocorrer na falta de situações típicas de aprendizagem. Assim, sem a existência de situações que propiciem a interação da criança com o outro no ambiente sócio-cultural, os processos de desenvolvimento interno não podem ser acionados (OLIVEIRA, 1993). Dessa forma a aprendizagem desse sujeito pode ocorrer de duas formas, a forma informal na qual o contato com o conhecimento ocorre de maneira não deliberada, mas por inserção do indivíduo num determinado meio social, e a outra é a forma formal de aprendizagem que ocorre dentro de um processo deliberado de ensino, como o que ocorre no ambiente escolar. O ambiente escolar propicia ao estudante o contato do aprendiz com o conhecimento científico por meio de regras, normas e ferramentas próprias para a aprendizagem (MOREIRA, 2009).


Referências

Moreira, C. A. O. Ambiente virtual interativo no ensino de ciências: uma abordagem sociocultural. São Paulo, 2009. Disponível em : <http://web.if.usp.br/cpgi/sites/default/files/Claudinei_ Ap_Oliveira_ %20 Moreira.pdf >. Acesso em: 27 out. 2011
Mortimer, E. F.; Scott, P. Atividade discursiva nas salas de aula de ciências: Uma ferramenta sociocultural para analisar e planejar o ensino. In: Investigações em Ensino de Ciências – V7(3), pp. 283-306, 2002. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/ artigos_ teses/Ciencias/Artigos/mortimer_scott.pdf >. Acesso em: 27 out. 2011



Links de livros relacionados:

  Zatti, V. Autonomia e Educação em Immanuel Kant e Paulo Freire. Porto Alegre, 2007. Disponível em: < http://www.pucrs.br/edipucrs/online/autonomia/autonomia/autonomia.html> 
Freire, P. Educação e Mudança. 12º edição. Disponível em: < http://www.dhnet.org.br/direitos/ militantes/paulofreire/paulo_freire_educacao_e_mudanca.pdf>